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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Segundas Intenções

"As diferenças entre as lembranças falsas e as verdadeiras são as mesmas das jóias: as falsas sempre aparentam ser as mais reais, as mais brilhantes"
Salvador Dali


Estive hoje participando de uma reunião de jovens cujo intúito era aproximar as representações acadêmicas dos universitários entre associações, sindicatos e federações da atividade industrial.
Tenho por característica a observação e o silêncio por alguns minutos a entender todo o contexto social que me permite estar.
Ao mesmo tempo que eu me alegrava em ver iniciativas da minha juventude onde eu julgo que está a mercê de um pensamento construtivo, participativo e ideológico do nosso país e de vida comparado a juventude do século passado, eu me espantava com as segundas intenções perdidas no jogo.
O que era para ser ideológico foi palco de segundas intenções disfarçadas pela figura do gestor amigo e eficaz.
Não que eu acho que seja errado este tipo de postura, mas o que me espanta é ver que a frase de Platão "Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política; simplesmente serão governados por aqueles que gostam", em suma, traduz que aqueles que gostam de política são os homens e mulheres da elite.

Não existe nenhum mal nisto, mas o que aguça o meu juízo é a falta de participação organizada das classes menos desfavorecidas nas políticas públicas, sociais e privadas.
Ali estavão reunidos universitários com 80% de um quórum de uma única instituição de ensino e outros 20% dividos em mais ou menos quatro instituições de ensino.
Mas não porque as demais se negaram a participar, mas porque o círculo social não os permite a serem inseridos em suas associações e cooperativismo.

Infelizmente o Brasil ainda é um país hierarquizado, burocrático e caracterizado pelo "Homem Cordial" de acordo com o sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, pai de Chico Buarque.

A nossa elite brasileira é mediocre e burra. Sempre estiveram a frente de iniciativas e só retrocederam o Brasil.

Caetano Veloso em 2005 criou uma polêmica ao dizer, "Gente vamos parar de achar que tudo é a USP. O Brasil sempre esteve nas mãos de esquerdas e direitas produzidas pelos intelectuais da USP e o Brasil nunca mudou."

Na verdade o que Caetano Veloso quis dizer é que o Brasileiro nicha determinados estereótipos e acredita que isso define a capacidade de uma pessoa e para com as melhores decisões na sociedade.

Tudo depende de você e não de qualquer instituição.

Enquanto o povo não se organizar de forma sustentada, com projetos, voz ativa e for defender seus interesses serão ainda governados pelas elites medíocres e burras, na qual, vem comandando-nos e enganando-nos desde nossa colonização.



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