Franz Grillparzer
O filme retrata o Brasil pós abolicionista da escravatura depois de 30 anos em 1924 no Recôncavo Bahiano.
Nesta época os próprios negros questionavam sua própria liberdade já que não tinham lugar para morar e comida para se alimentar.
A copoeira e a macumba eram proibidos por lei em detrimento dos coronéis e fazendeiros de engenhos.
Nesta época nasce Manoel Henrique Pereira "Besouro", cujo destino seria o de proteger seus compatriotas e os conduzirem a verdadeira liberdade.
Assistindo este filme me veio as palavras do Senador Eduardo Suplicy em sua palestra sobre o Renda Mínima Cidadã.
A ordem social brasileira é baseada em três palavras: Liberdade, Igualdade e Justiça Social.
A desigualdade e a formação da pobreza no Brasil começaram em suma na abolição da escravidão. Quando aboliram a escravidão no Brasil, ninguém pensou no negro que foi tirado do seu país de origem. Deram-lhes a liberdade, porém, não pensaram ou não quiseram lhe conceder o direito a propriedade privada para ele começar a vida. Isso se replica aos mestiços e índios.
Os negros começaram suas vidas livres mais em desvantagens. Assim por não terem aonde ir e nem o que comer, voltaram a trabalhar para o Senhor de Engenho em troca de abrigo e comida, ou seja, continuaram sendo escravos e sobre a chibata do feitor.
Trazendo para os dias de hoje eu me pego a refletir que muitos negros, pardos, brancos continuam vivendo sobre a chibata do feitor.
Quantos trabalhadores vivem sobre a chibata do feitor das empresas, fábricas, órgãos públicos e privados ?
Quantas pessoas são oprimidas em troca dos seus salários, benefícios e um crachá ?
Quantas pessoas ainda estão sobre a ordem e o regime dos coronéis e aristocratas ?
O Brasil é prova de que a maioria da nossa representação política está nas mãos dos coronéis e aristocratas.
Justiça Social e Igualdade eu tenho definido em minha concepção, mas liberdade não. Afinal, somos livres de verdade ?
Podemos dizer que possuímos na íntegra liberdade ? O que é ser livre ?
Há tempos venho buscando respostas para isso. Mas tenho em mim a frase de Grillparzer, estamos amarrados pelas mãos, mas a mente nos faz livre. Com um detalhe, se não agirmos para nos libertarmos dos grilhões morreremos eternamente escravos de nós mesmos e do sistema.
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