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domingo, 23 de agosto de 2009

A balada ...

Ontem a convite de dois amigos eu fui a uma Casa Noturna em São Paulo ou no termo mais jovial, fui numa “balada”.
Faziam-se mais ou menos dois anos da última vez que freqüentei este tipo de ambiente.
Confesso que eu estava empolgado. Mas talvez pelo motivo de por estes meses eu estar trabalhando muito e não ter muito tempo para o lazer pessoal. Acho que a balada me proporcionaria alguns momentos de prazer e descanso. Mas mais uma vez eu me iludi.
Após 15 minutos da nossa entrada no estabelecimento que por sinal possui uma ambientação bastante moderna remetendo a alusão ao gelo, minha sanidade foi chegando como uma foice e foi desmistificando todo aquele suposto prazer, e fez a figura do homem Maurílio congelar-se naquele momento.
Então resolvi caminhar pelo salão. Fiquei pensando que este choque poderia ser a maturidade dos meus 24 anos mas não era. O que pesava e acusava na minha mente eram os meus valores e ideais de vida.
Então parei em uma pilastra de frente para a pista de dança e comecei por horas a observar aqueles jovens. O sociólogo começava ali a refletir.
O ambiente era composto por adolescentes e jovens de 17 a 22 anos de idade de classe média alta, que por sinal, o público feminino era em maior proporção.
Extasiados pelo som da batida eletrônica, dançavam motivados pelas marcações da batida e não pela harmonia musical.
Este estilo na minha concepção trouxe para a nova geração o distanciamento entre homens e mulheres pelo prazer da dança e as sensações de conquistas e químicas pessoais.
Pulando e gesticulando movimentos com os braços e segurando copos ou garrafas long necks de bebidas nas mãos, dançam e dançavam a uma distância de mais ou menos 1 metro um do outro em proporções separadas por rodas de amigos ou de fronte para o DJ.
Aquela sensação gostosa de dançar colado em par entre homem e mulher, de conversar aos ouvidos, de respirar, de sentir o toque, de olhar nos olhos, de ser levado e levar pela harmonia e a poesia da música, foi realmente substituído nestes tempos modernos, o mesmo previsto por Chaplin.
Então fiquei observando o processo de conquista e os desejos das pessoas naquele lugar e cheguei as explicações Freudianas.
As pessoas são conduzidas e vivem no centro dos desejos sexuais da infância. O que estes adolescentes e jovens estão buscando na verdade, é a substituição dos desejos sexuais e afetivos que sentem pelos pais através da experimentação e encontro no outro.
A atração e a libido fazem com que quantifiquem experiências, que permitam suas loucuras e desejos, e assim, realizem suas fantasias. Fantasias reprimidas na infância. Assim trocam informações e experiências com os amigos sobre as sensações e momentos vividos com o outro, também em substituição e rompimento com a figura materna e paterna.
Por isso que nesta fase preferem o “Cala a boca e beija”, “Já chega beijando”, “Já chega passando a mão”...Porque esta é a fase da natureza humana de descobertas e experimentações sexuais reprimidas na infância e também de formação da pessoa.
Mas apesar desta natureza humana, os valores também mudaram. Quando eu digo valores não me refiro a moralismo ou dogmas, me refiro aos sentimentos bonitos ou o belo.
Hoje tudo gira em torno apenas do sexo. O avanço tecnológico, cultural e social está fazendo morrer os valores belos primitivos. Os homens e as mulheres se vêem como animais em cumprimento do prazer ao ato sexual e estão esquecendo-se dos sentimentos.
O troféu ou o reconhecimento do homem é o “Pegou Quantas” ? E se pegou é porque o sexo oposto permitiu o garanhão se consagrar.
Eu vejo a balada como uma compra de prazer por 5 horas, onde o homem e a mulher vão para satisfazer aquele instinto momentâneo.
Depois dali, vão para os seus lares e adormecendo esquecem o que se passou.
Além disso, é fácil observar que o tônico de coragem para quantificar ou sobreviver na balada são as bebidas alcoólicas. Grupos reúnem-se e compram garrafas de vodka com energético, pois o teor de álcool faz subir mais rápido anestesiando o medo. Também whiskys e dezenas de cervejas contribuem para o disfarce, pois “sãos’, não têem coragem de libertar suas loucuras e instintos selvagens para se aproximar do outro, não que isso seja uma regra.
Outra coisa interessante no ambiente são os “barmans” e “promoters” usando da suas influências na casa ou autoridade para satisfazerem seus desejos sexuais.
Conseguem despertar um vínculo de auto-ajuda entre os sexos em promessa de retorno ao local com regalias.
Enfim...
Ao longo da minha vida venho a cada dia aprendendo a olhar e a respeitar as individualidades das pessoas e também a buscar respostas para o mundo.

Mas congelei-me porque a minha individualidade é outra e diferente desta, e tudo que eu falo, leio e vivo, estaria morto ali naquele local e com aquelas pessoas, se eu me juntasse ao pensamento coletivo delas.

Minha opção é ficar com o meu poeta e gerente das Palavras.

“Ouça-me bem amor,
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho.
Vai reduzir as ilusões a pó ...”
Cartola

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Minha Felicidade tem um nome ...

Tenho andado ultimamente angustiado.
“ Havia um homem que andava muito triste e resolveu procurar um médico. O médico analisando-o chegou a uma conclusão.
- Seu remédio se chama sorriso. Minha receita é que você vá ao circo da cidade e assista aquele palhaço. Ele vai te fazer rir muito e você vai se sentir bem melhor.
O homem então respondeu ao médico:
- Doutor, o problema é que aquele palhaço do circo sou eu! "

Por estes dias tenho me sentido como este palhaço. Triste. Resolvi Domingo viajar de trem para Campo Limpo Paulista para uma confraternização com ex-colegas profissionais de empresa.
Eu precisava disso. Viajar, ver quieto e parado pessoas, paisagens, respirar um novo ar e refletir comigo mesmo.
Este mesmo exercício de reflexão eu acabei perdendo deixando o mundo coorporativo pois, sempre utilizei e ainda utilizo os meios de transportes público. Nas viagens longas de ida e volta do trabalho que eu fazia, era o tempo que eu lia meus livros, vivia e observava diferentes pessoas e escutava diversas histórias de vida.
E hoje como empreendedor acabei perdendo parte deste momento mágico.
Nesta viagem a Campo Limpo Paulista, a cada trecho que eu andava eu ia me perguntando: - Por que estou assim? O que me falta?
Pensei, possuo como amigos as melhores pessoas do mundo. Possuo uma família maravilhosa. Possuo um trabalho realizador e prazeroso. Por que estou assim?
Por horas em silêncio eu buscava respostas.
Então começou a vir na minha cabeça uma música do FLG e cenas da banda gospel que eu tocava. Uma música linda que dizia o seguinte:
“ Eu já chorei. Eu já sorri. Eu já tentei, mas desisti. De encontrar respostas pra tudo que eu fiz. Se valeu ou não a pena ainda vou descobrir.
Eu já lutei e até venci. Eu já contei, mas eu perdi. A conta das pessoas que eu já conheci, mas nenhuma delas tinha o que eu procurava até que um dia, Achei em Deus o que eu sonhei, O que eu quis, Achei em Deus pois ele tem o melhor pra mim.”

Com esta música soando na minha cabeça, aguçando meu juízo,
e arrepiando meus braços, eu comecei a chorar e reconheci que eu havia abandonado minha intimidade e a minha presença com Deus.

Sem Deus eu sou vazio. Eu me entristeço. Não sou ninguém. Vivo sem existir.

Deus, uma força invisível, sobrenatural, uma luz de paz e harmonia que preenche a minha alma.
Para muitos a bíblia é um romance. Mas se é um romance com um “personagem” principal (Jesus Cristo) que veio a Terra para ensinar o amor, a igualdade, a justiça e a promessa de nos levar para um lugar especial onde não haverá doenças, morte e sofrimento. Apenas amor, paz, alegria e harmonia. Por que não desejar e acreditar nisso?
Não entendo porque os homens fazem questão de duvidar disso, de uma história com um final feliz.

Chegando em casa, li os seguintes versículos na bíblia.
João 14:1,2 “Não se turbe o vosso coração: credes em Deus, credes também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. "

Nietzche, grande filósofo alemão, produziu teorias que Deus não existe e Jesus é um mito. E que na verdade tudo depende de você e não de um ser supremo.
Concordo com Nietzche e acho que ele achou o principal significado da vida. Mas ele vivia com depressão, triste, enxaquecas crônicas e morreu de desgosto pela vida.

Acredito que tudo depende de nós até um limite e cada um tem um plano e missão de vida na Terra. Se Nietzche tivesse deixado Deus preencher o seu vazio, com certeza ele não sofreria e não viveria sozinho, porque ele ia ver que existe alguém que o ama, e esse amor ia o ajudar a ter mais Ânimo e Fé na Terra. E ele seria um homem completo nesta vida. Porque apesar de todo inteligência, lhe faltava algo. E esse algo se chamava Deus.

Assim em casa sozinho no meu quarto, olhando para o céu, eu comecei a conversar com Deus. Falei como um filho para um Pai. Abri meu coração com sinceridade. Deixei ele entrar no meu coração e mexer com minha estrutura.
E fazendo isso eu reencontrei a felicidade, a fé e alegria que eu havia perdido.

Mais uma vez eu tenho certeza que não vivo sem Deus e também ele não vive sem mim. E esse lugar que eu tanto desejo, de paz, amor, pessoas boas e de alegria, ele me levará. E estarei junto com ele. Junto da vida

sábado, 15 de agosto de 2009

Para onde vou ?

"Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você."
Sartre


Meditando sozinho comigo mesmo, na solidão amiga da minha alma, fiz uma viagem no tempo da minha vida e me peguei nos meus 11 anos de idade.
Menino em formação, sonhador, amante das aventuras cinematográficas e dos livros de história, ganhei meu primeiro prêmio estudantil de Poesia, com o título "O Serafim" na Escola Estadual Profº Luiz Gonzaga Righini, e ali mesmo, com meu professor de Língua Portuguesa que nunca mais o esqueci, “Carlos Verdasca”, tive meus primeiros contatos com a mitologia
grega e o interesse pela literatura brasileira. Também foi nessa escola freqüentada por uma Comunidade Pobre que as maiores lições de vida e aprendizagem, semearam o homem que sou.
Criado em um berço protestante, aprendi a amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo. Além disso,"Eu tudo posso" pois, Deus me fortalece.
Comecei a trabalhar com 14 anos de idade, talvez seja o motivo de eu ter amadurecido tão depressa.
Me lembro perfeitamente do meu primeiro emprego. Adolescente e inexperiente, posto entre Juízes e Desembargadores no Tribunal Regional Federal em São Paulo.
Nesta época pensei em ser Advogado e Juíz, mas acredito que nesta vida tudo se tem um plano e escolhas, e hoje eu tenho certeza, que esse não era realmente meu plano de vida.
Desde a adolescência sempre gostei da solidão. De estar sozinho. Mas hoje percebo que na verdade eu gosto das fantasias que a solidão me permite idealizar. Mas no fundo a solidão é uma desculpa.
É na solidão que eu penso, que a dor desperta em mim meus principais anseios e loucuras e me pressiona sobre minhas decisões. Também é na solidão que o Maurílio vai conhecendo e descobrindo a natureza humana e vai se desligando cada vez mais deste mundo.

Mas as decepções, dúvidas e questionamentos começaram-se mesmo a surgir a partir dos meus 15 anos.
Freqüentei desde minha infância os bancos da Igreja. Uma igreja simples, de pessoas pobres e humildes, mas harmonizadas com os ensinamentos que o então líder nos ensinava.
Após sua morte, o que era para ser um legado virou uma Utopia, e pela falta de sensatez e instintos falsos de uma sobrevivência obscura pelos membros, conseguiram afastar-me da instituição e fizeram-me questionar sobre que tipo de "Deus" que eu acreditava. E hoje eu sei que estou certo.
“Se Deus é as flores e as árvores, o sol, o monte e o luar, então eu acredito nele. E minha vida será uma eterna oração.” Fernando Pessoa.
A partir dos meus 19 anos, instigado pelas novas descobertas e busca das razões, fui assumindo e libertando minhas loucuras.
Sim, a Filosofia, Literatura e Psicologia foram respondendo-me os sentimentos, desejos e culpas que minha mente me sentenciava, e por ser ainda tão jovem, eu achava que não pertencia a este mundo.

Na Universidade não foi diferente. O ideal que eu acreditava era só parte das minhas fantasias, e ali fui conhecendo as maiores burocracias e sepultamento de vidas humanas que já presenciei nos meus dias para os Jovens, futuros das nações.

Mas agora era diferente, o Maurílio já era um homem formado e com a capacidade de escolhas e atitudes do seu futuro.

“O que vou fazer com aquilo que estão fazendo comigo ?”

Mudar, reagir, melhorar, propor e viver a vida como ela é, sem dogmas. Cazuza disse na letra Ideologia, “Meus heróis morreram de overdose e os meus inimigos estão no poder”. E pra mim, quem são meus heróis ?
São eles, John Lennon, Mahatma Ghandi, Martin Luther King, Malcon X, Darcy Ribeiro, Elvis Presley, Geraldo Vandré, Zumbi dos Palmares, Santos Dumont, Karl Marx, Albert Einstein e ...

Homens que fizeram a diferença e não aceitaram a normalidade desse Mundo. Fizeram de tudo para mudar, melhorar e abrir os olhos da vida, para um futuro justo e equalizado com o “Mundo Melhor”.

A então saga árdua começa. Vivendo e observando a minha geração sendo ensinada a sermos robôs regrados, sufocados e comprometidos com o progresso do capitalismo a custo do individualismo e da troca da vida pela morte nos bancos das Universidades e da sociedade atual, fundei com mais um grupo de alunos o Diretório Acadêmico Darcy Ribeiro. Um grupo disposto a contribuir com a sociedade, trazer esperança e evolução de vida para os Jovens.
Foram muitas batalhas e perseguições na Universidade por um Senhor da Guerra, um homem vazio e vingativo que se esconde atrás da Seita Tradição, Família e Propriedade da Igreja Católica, só por que queríamos que formassem cidadãos e não apenas profissionais de trabalho.
Um dia ele pensou que havia me matado, mas ele foi derrotado ali no palco da colação de grau com meus amigos e pelo nome Maurílio que ficou na história da instituição.
Passei por três grandes multinacionais. Trabalhei com pessoas de diferentes países, perfis, personalidades, capacidades e o monstro chamado “ Pensamento Coorporativo” não foi capaz de trocar minha personalidade, virtudes, sonhos e vender minha alma ao Diabo em troca do Crachá, Ticket, Bônus e um nome na Carteira profissional.
Militei na Política. Corruptos, ladrões e interesseiros também não foram capazes de mudar a minha auto-estima e a desacreditar do meu Brasil.

Enfim continuo lutando pela diferença. A diferença sadia que agrega, que liberta, que transforma pra melhor e me faz sorrir com as crianças.

Possa ser que como Darcy Ribeiro, eu tenha mais derrotas do que vitórias. Mas a esperança em mim ninguém jamais irá matar.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A máscara da coragem

"E-mail virou tônico de coragem para os tolos."
Gilberto Gouvêia
Há muito tempo que as relações humanas têem-se esfriado com o avanço da tecnologia. O MSN, Skype, Orkut, E-mail e as demais redes virtuais tem separado os homens de olharem nos olhos e se expressarem verdadeiramente. O sentimento foi ocultado pelas Telecomunicações.
Acho que o e-mail foi a principal invenção no mundo coorporativo para os fracos e para os advogados, afinal, a coragem que não têem de falar face a face, "valentiam-se" nas palavras do email e ainda munidos do cagaço, criam pastas para guardarem os corajosos emails como fontes de provas contras as outras pessoas. Claro, está tudo registrado pela máquina !
A divina comédia coorporativa é muito engraçada mesmo. O engraçado é que os atores desse teatro, recebem constantemente morfina em sua veias com palestras sobre liderança, atitude, feedbacks, livros de auto-ajuda pelos recursos humanos, saem valentes da sala daquele dia e após o dia, continuam-se sem culhão e vegetando sobre os cordões do seus crachás.
Mas não quero ser mesquinho de reduzir esta falta de culhão apenas ao mundo coorporativo. A verdade é que vivemos hoje, como diz meu amigo Luciano Pires, na República do Cagaço.
As pessoas tem medo de se olharem nos olhos, de falarem o que sentem, de tocarem umas nas outras, de terem atitude de mudança, enfim...
Até a paquera foi substituída pelo msn e pelo torpedo do celular.
A letra "Fogão de Lenha" escrita por Carlos Colla, Maurício Duboc e Xororó e interpretada pela dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó, trás a figura principal das relações humanas no Interior dos Estados, o próprio fogão de lenha.
"Fogão de lenha, e uma rede na varanda, arrume tudo mãe querida que seu filho vai voltar..."
O motim das famílias interioranas é sentarem na beira do fogão de lenha e prosiarem umas com as outras. Quer coisa mais bonita e evolutiva do que isso ? Até ali é motivo de trazerem os erros e as diferenças entre si, e com a nobreza de olharem no olhos, sepultam com as palavras a desarmonia.
Acho que se as pessoas olhassem mais nos olhos umas das outras e se expressassem da alma sem medo, com certeza o mundo seria diferente.
E não teríamos mais que viver, de acordo com Nietzche, com a máscara da moral e do medo, alimento para o teatro da vida.

domingo, 9 de agosto de 2009

Juventude Adormecida

" Talvez você diga que eu sou um sonhador, mas não sou o único. Desejo que um dia você se junte a nós, e o mundo então, será como um só ."
John Lennon
Acabo de assistir o Programa "Em Questão" comandado pela apresentadora Maria Lydia, cujo entrevistado desta noite foi o Senador pelo PMDB Pedro Simom (RS).
Questionado sobre a atual crise no senado e as perspectivas futuras da moralidade política, ele terminou a entrevista com a seguinte chamada:
"Povo brasileiro, Jovens, Trabalhadores e Intelectuais, não esperem nada do Congresso, eles não irão resolver. Só haverá mudanças se vocês sairem a ruas ou virem aqui na porta do congresso e cobrarem a moralidade política.
Cade os caras pintadas ? Cade a Une ? Cade aquela geração que um dia lutou pela democracia e por um novo país ? Só vocês serão capazes de mudar a situação ."
Após esta chamada a então apresentadora o faz pensar. Se a sociedade civil há mais de 15 anos assisti a imoralidade e a impunidade e não reage, como o senhor espera que agora se faça valer os direitos de cidadão ?
Automaticamente minha mente voltou a 1960 a 1980. Uma geração de ideais, participativa e de pensamento construtivo. O que houve com a história ?
Lutamos por um mundo sem guerra e com mais amor. Lutamos pela esperança. Lutamos pelos nossos filhos e gerações. E hoje assistimos o sangue e o suor daqueles que lutaram pela democracia e pelo Brasil, sendo destruídos e apagados pela corrupção, imoralidade e impunidade pelos mesmos que um dia também estiveram lutando.
Esta geração senador, envelheceu e está embalsamada no museu de nossas memórias.
O dinheiro e o poder corrompeu a mente, a moral e o ideal desses guerreiros senador.
O que o intelectual, sociólogo e ex-presidente Fernando H. Cardoso escreveu em seus livros, ele fez ao contrário com o poder nas mãos. O que o retirante nordestino, metalúrgico e trabalhador falou sobre moralidade, ele esqueceu com o poder nas mãos.
Estamos conformados com a situação. O Capitalismo e o individualismo do ser humano está conduzindo a atual sociedade e juventude a se conformarem com o cenário destrutivo.
Nossos jovens dormem. Nossos pais reclamam e o nosso Brasil apodrece.
Aonde vamos chegar ?
Fico a pensar que o avanço que o capitalismo propôs ao mundo, reduziu o homem ao direito de viver sem vida aqui na Terra.
Homens se adaptam e não se expressam. Vendem seus direitos. Apagam seus sonhos.
E assim, vivem em um submundo infeliz e consumista.
Ainda com todo avanço, admitimos e vivemos o "belo" dos tempos passados, porque são o que precisamos ver, ouvir e viver. As melhores músicas, poemas, ideais, livros, líderes e assim sucessivamente ainda são da geração passada.
Hoje o mundo se tornou medíocre. E a mediocridade assola nosso país.
Os jovens pensam como assalariados e não como desenvolvedores econômicos. Os jovens pensam no que os outros vão pensar, e não no que eles podem oferecer. Os jovens pensam no pronome singular e não plural, afinal, cada um com os seus problemas.
Enfim, com tudo isso, eu aindo tenho esperança. Acredito que se ainda uma pessoa fizer a diferença a esperança estará viva para acreditarmos. E até o dia da minha morte, eu vou tentar de alguma forma, fazer a diferença, porque homens pra mim não são feito de títulos e sim de coragem.

sábado, 8 de agosto de 2009

Felicidade, aonde o povo esqueceu ?

"E aqueles que foram vistos dançando,foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música."

Friedrich Nietzchie
Tenho analisado atualmente as pessoas, os comportamentos humanos, as várias formas de viver e os pensamentos coletivos.
Não tenho dúvida que o progresso tecnológico e cultural tenha facilitado e aberto o mundo para as pessoas, mas apesar de todo o avanço, as pessoas andam infelizes.
E esta infelicidade está dentro de um mundo que supostamente é julgado como felicidade para a maioria das pessoas infelizes.
As pessoas estão infelizes trabalhando nas melhores empresas do mercado. Estão infelizes no amor, na amizade, na descrença pelo seu país e pelo mundo. Estamos conformados com a situação porque é cômodo sair dela.
Tenho visto com mais ardor a infelicidade nos jovens nos dias atuais.
Mas por que estamos vivendo tão infelizes últimamente ?
Seguindo a visão de Nietzche,a razão é a prisão da alma humana" O ser humano é escravizado pela razão, que só faz aperta-lhe os grilhões, enclaustrando a vida humana e digna."

Potencializando o pensamento de Nietzche, acrescento duas palavras que a suposta razão apagou dos homens neste milênio, " Valores" e o "Belo".
Profissionais são vistos como "resultados" e não pessoas. A beleza do amor foi substituído pela palavra "vergonha", a amizade pela palavra "troca" e o futuro da nação pela palavra "individualidade".

Estamos perdendo os valores das coisas bonitas da vida sem percebermos. Vejo os jovens executivos sendo devorados pelo "Minotauro" em troca de um crachá e um cargo na carteira profissional. Assim substituem as "pessoas" e seus "ideais" pelo que vão mostrar e provar aos amigos e família com esta razão.
Sem perceber são robos criados desde o bancos das universidades. Graduação, MBA, Inglês, Espanhol e Intercâmbio garantem a vaga dos sonhos e o sucesso profissional na Multinacional...Resultados e Lucros...Meros normais...
AMOR! Ai que vergonha dizer EU TE AMO! Eu gosto muito de você! Quanta vergonha...HOMENS! O que é ser homem ? Quantificar mulheres ? Afinal, só uma bicha mesmo para se emocionar com um poema ou derramar lágrimas com uma música e viver de corpo e alma para sua outra metade. FLORES! Ai que brega! SERENATA! Ai que brega!CARTINHA! Ai que brega! MULHERES! O que é ser mulher hoje? Moderna, nada de apreço pelo lar, quero empregada, ser independente, não precisa de homem e se não der arruma outro!
Enfim, os valores belo estão escorrendo entre nossos dedos e assistimos a isso com a normalidade da simples evolução. Mas não notamos que estamos evoluindo e ficando infelizes.
Aceitamos viver dessa forma e estamos sendo convencidos por isso. Quem foi que disse que tem que ser assim ? A razão. Quem foi que disse que isso é o certo e que temos que seguir ?
Gente vamos viver de verdade. Vamos viver com mais amor. O mundo precisa de mais amor. Somos pessoas. O mundo é belo e não é isso.
Tudo depende de nós, só de nós para mudarmos o rumo, o jogo, a vida, o trabalho, as falsas crenças....Ser livre é viver sem medo ! Sem medo do que vão achar! Nos preocupamos mais nos que outros vão achar do que com as nossas próprias vontades, assim somos escravizados por ela. A vida passa muito rápido. Vamos viver e vamos amar mais e mais.
Viver no passado é viver sem vida. Viver no futuro é viver na ilusão, então vivamos o presente como se fosse o último dia das nossas vidas, só assim, viveremos a vida de verdade.