Gilberto Gouvêia
Há muito tempo que as relações humanas têem-se esfriado com o avanço da tecnologia. O MSN, Skype, Orkut, E-mail e as demais redes virtuais tem separado os homens de olharem nos olhos e se expressarem verdadeiramente. O sentimento foi ocultado pelas Telecomunicações.
Acho que o e-mail foi a principal invenção no mundo coorporativo para os fracos e para os advogados, afinal, a coragem que não têem de falar face a face, "valentiam-se" nas palavras do email e ainda munidos do cagaço, criam pastas para guardarem os corajosos emails como fontes de provas contras as outras pessoas. Claro, está tudo registrado pela máquina !
A divina comédia coorporativa é muito engraçada mesmo. O engraçado é que os atores desse teatro, recebem constantemente morfina em sua veias com palestras sobre liderança, atitude, feedbacks, livros de auto-ajuda pelos recursos humanos, saem valentes da sala daquele dia e após o dia, continuam-se sem culhão e vegetando sobre os cordões do seus crachás.
Mas não quero ser mesquinho de reduzir esta falta de culhão apenas ao mundo coorporativo. A verdade é que vivemos hoje, como diz meu amigo Luciano Pires, na República do Cagaço.
As pessoas tem medo de se olharem nos olhos, de falarem o que sentem, de tocarem umas nas outras, de terem atitude de mudança, enfim...
Até a paquera foi substituída pelo msn e pelo torpedo do celular.
A letra "Fogão de Lenha" escrita por Carlos Colla, Maurício Duboc e Xororó e interpretada pela dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó, trás a figura principal das relações humanas no Interior dos Estados, o próprio fogão de lenha.
"Fogão de lenha, e uma rede na varanda, arrume tudo mãe querida que seu filho vai voltar..."
O motim das famílias interioranas é sentarem na beira do fogão de lenha e prosiarem umas com as outras. Quer coisa mais bonita e evolutiva do que isso ? Até ali é motivo de trazerem os erros e as diferenças entre si, e com a nobreza de olharem no olhos, sepultam com as palavras a desarmonia.
Acho que se as pessoas olhassem mais nos olhos umas das outras e se expressassem da alma sem medo, com certeza o mundo seria diferente.
E não teríamos mais que viver, de acordo com Nietzche, com a máscara da moral e do medo, alimento para o teatro da vida.
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