Arnaldo Muniz
Passei o dia de hoje escutando a Música Orgulho de um Sambista - Composição de Gilson de Souza, interpretado por Jair Rodrigues.
Que letra e drama de história.
Ela conta a estória do amor de um sambista pela sua escola onde preparou o melhor enredo para ela ganhar naquele ano e a sua porta-bandeira o deixou por um amor de 3 dias.
A dor escondida atrás do sorriso foi a motivação que levou a escola a ganhar. E esse orgulho o sambista levou para o resto da vida. O choro e a superação.
Contaram ao sambista que quando ele passou na avenida, a porta bandeira chorou. Era o arrependimento. Mas o azar foi dela, porque ele ganhou o carnaval e ela o perdeu.
Que inspiração de canção. Para mim esta não é apenas uma estória em forma de canção, mas é o Eu-lírico falando de si e de um momento na sua vida.
Fiquei pensando na palavra orgulho. O orgulho é visto de duas maneiras: A primeira como um sentimento de louvor aquilo que fizémos ou alcançamos e o outro é o Ego/Soberba.
O orgulho aqui me refiro, é o sentimento da ombridade e louvor daquilo que alcançamos e representamos.
Quem frequenta as escolas de samba sabem na íntegra o que significa o desfile para os membros. As pessoas que trabalham durante o ano para o desfile, trabalham com paixão e prazer. Mas a paixão é a melhor definição para um sambista. O samba é a história do Brasil. E o samba nasceu dos quilombos, do sangue negro, do choro da chibata, da alegria na comunidade e do amor as coisas simples.
Meu pai me disse hoje que o seu cliente, citou-me como exemplo de homem e filho e disse que queria que eu fosse filho dele. Fiquei emocionado, afinal fazem-se 5 anos que eu não o vejo e ele guarda a imagem e cena de quando eu trabalhava de vendedor, descarregava as mercadorias (toneladas) dos caminhões e batalhava forte.
Aí refleti por uns instantes que sinto muito orgulho das coisas que realizei nesta vida.
Senti orgulho de aos 14 anos ter começado a trabalhar na Justiça Federal, dos meus 17 aos 20 ter sido vendedor, descarregado caminhão, de ter trabalhado na prosegur, nestlé e ajinomoto e hoje empreendedor aos 24 anos.
Me orgulhei de ter estudado música e ter seguido a aptidão do meu pai (baterista). Me orgulhei de ter ganhado o concurso de poemas com "O serafim" na Escola Estadual Profº Luiz Gonzaga Righini.
Também me orgulhei de ter sido presidente do Diretório Acadêmico da FEI, sido perseguido pelo coordenador, ter repetido de semestre e mesmo assim ter feito a colação de graú e o baile de formatura com os meus colegas daquele ano. Passando ali na banca pelos professores para receber o canudo simbólico, eu venci este homem e vi isto no seu olhar, porque ele foi capaz de me tirar 6 meses, mas não a minha liberdade.
Me orgulhei de ter participado de movimentos por são paulo e sindicatos. Ideologias de vida.
Me orgulhei de ter amado os amores que me dediquei. De ter amado as mulheres que amei, que deixei e que fui deixado.
Tudo isso foi feito porque tomei decisões diantes do "Sim" e do "Não". Como meu amigo Luciano Pires diz, o Sim pode representar uma mudança de vida, um momento novo, uma chance nova e um amor novo. O não representa a desculpa, o ócio, a mesmice, o medo, o fracasso e o regresso.
Me orgulhei dos "SIMs" que falei a vida e me arrependi dos "NÃO" que eu disse a ela.
Em quantas "coisas", momentos e decisões eu disse sim e fui feito de chacota, tido como louco ou visto como bobo. Mas que bom que isso aconteceu, afinal, acho que sou louco mesmo. rs
Tento compreender muitas coisas, mas a única virtude que não consigo entender são as pessoas. Acho que só Deus entende cada uma, pois ele é o nosso criador.
Entender certas atitudes, decisões, tipos de querer, de doar, de amar, de ser feliz ...
Porque certas pessoas pensam que são livres mas na verdade são presioneiras e não percebem isso. Por que a raiva e o ódio dominam muitas pessoas.
E por último por que muitas pessoas preferem a guerra.
Só sendo louco para querer saber disso . . .
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