C. Lima
Sexta-Feira fui com três amigos assistir ao show de lançamento do DVD/CD "O Samba me cantou" de Jairzinho Oliveira e Luciana Mello no Sesc Pinheiros.
Após o show falávamos das belas canções gravadas e as letras da composição.
As letras mais gravadas, belas e de harmonia arrepiante no samba, são feitos pela tristeza.
Sempre em giro dos mesmos temas - Amor, Solidão, Escola que perdeu na Avenida e a vida no morro.
Ontem eu estava em um bar na Vl. Madalena com um dos amigos de sexta e comentávamos porque só na tristeza produzimos a beleza.
É fato, a inspiração só acontece na tristeza. O pássaro preto só canta bonitamente quando está triste, logo muitos homens cegam esta raça de pássaro para render frutos.
No geral toda beleza produzida neste mundo foram feitas pelo sofrimento. Jesus Cristo foi morto e crucificado para que ao terceiro dia resuscitasse e mostrasse a humanidade que ele era Deus. Por que foi necessário ele passar por isso ?
Por que a vida é feita mais de tristezas do que de alegrias ? É culpa de quem ?
Bom seguindo este raciocínio, eu trouxe para a vida a Teoria dos Jogos, usando como base a Teoria de Nash.
O ponto crucial da Teoría é: "Interesses próprios e racionais prejudicam a todos".
Seguido desse ponto concluímos também:
- que a vida é um jogo, sem preconceito, e somos parte dele
- que as pessoas têm objetivos diferentes
- que esses objetivos diferentes são devido ao auto-interesse, pois todos querem melhor para si, e isso é totalmente legítimo
- que eu agiria da mesma forma no lugar do outro, considerando o desenho dos incentivos que ELE tem
- que quem define o resultado do jogo é o próprio desenho dos incentivos (ou matriz de payoffs) e não a vontade arbitrária das pessoas
- que é possível todos se beneficiarem se usarem esta mesma lógica.
Vamos fazer algumas alusões.
No amor quando uma pessoa só pensa nela, nos seus interesses próprios e vantagens, ela não prejudica apenas seu companheiro e a relação, mas todo o círculo de pessoas dos dois lados. O resultado do egoísmo são duas faces, ou a pessoa perde ou a pessoa mata.
Amigos e Família entram no jogo obstante de peças no tabuleiro que logo influenciarão ou serão influenciados pelo resultado final, e logo as chances da relação reatar são pequenas, pois as peças no tabuleiro entrarão na lógica da cooperação para que isso não aconteça.
Todas pessoas tem objetivos diferentes e de cunho dos seus próprios interesses, pois todos querem o melhor para si.
Tah aí um ponto da Teoria que não serve para a vida. Qual é nossa capacidade de julgamento, escolha e tomada de decisão para o melhor ?
Se todas pessoas desejassem o melhor não teríamos tantas separações, relações infrutíferas, depressões, tristezas e enfim...
Qual o conceito do melhor ? Vamos lá. Quando uma pessoa se interessa pela outra, qual é o processo para ficar e conquistar a outra pessoa ?
1) Beleza e Atração Física
2) Personalidade
3) Inteligência
4) Futuro (O que ele/ela pode me oferecer futuramente?)
A partir daí, escolhemos e tomamos a decisão. Partindo do pressuposto que toda pessoa sempre deseja o melhor para si, porque a maioria fazem as escolhas erradas ?
Para eu julgar corretamente, eu preciso ter repertório. Repertório é construído pelo meio que vivemos e pela nosso interresse na curiosidade. Na busca de respostas e verdades.
Círculo que vivemos = Amigos, Família, Ancestrais e Ambientes que frequentamos.
Curiosidade = Desejo de saber, de buscar significados.
Se o nosso repertório é fraco logo temos nossos horizontes limitados. E quando somos limitados não temos visão e capacidade de se atrair por coisas ilimitadas e além do horizonte.
Assim desenvolvemos o sentimento do "contentamento".
O que define o resultado não são as pessoas, mas os incentivos ! Os incentivos seriam os estímulos na relação. Podem ser sexuais, culturais, palavras, presentes, momentos e sonhos.
Mas aí que pega um outro ponto. E quando você provoca vários estímulos e mesmo assim o resultado é negativo ?
Voltamos na mesma questão, Interesses próprios e Repertório.
A pessoa limitada só vai conseguir enxergar o estímulo dentro do seu universo e de experiências do seu círculo de vida. O que for fora disso, não despertará interesses e será desconsiderado do jogo.
Tudo na vida você tem 50% de dar certo e 50% de dar errado.
O que define a quebra do meio a meio é a matriz de payoffs.
É uma presunsão pensar assim e claro, a vida muitas vezes não tem razões. Mas as muitas razões de que ela é vida, são um jogo....E um jogo infeliz.
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