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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Carta aos professores

“Aos professores, fica o convite para que não se descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas a serem “águias” e não apenas “galinhas”. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco, a sociedade muda.”
Paulo Freire


Assisti ontem o Programa Canal Livre na TV Band comandado pelo Economista e Jornalista Joelmir Beting e os comentaristas Fernando Mitrê e Antônio Teles com o debate sob o tema “Educação Maternal”. Como está o processo de evolução de aprendizagem e sociabilidade das crianças nas escolas brasileiras e seus reflexos na sua formação?
Mas o que realmente me chamou a atenção foi a seguinte afirmação da Educadora Gizela Wajskop:
- “As crianças de 1 a 6 anos são ensinadas a memorizarem as palavras, objetos e pessoas,e não a despertarem seu processo criativo de aprendizagem, curiosidade e visão das coisas que formam e podem ser o mundo.”
Diante desta afirmação fico a pensar que este método de ensino é arrastado até a hora do vestibular. Mas o que é o vestibular?
De acordo com o dicionário é um exame de admissão para o nível superior.
Mas este método classifica realmente as pessoas preparadas para receberem este grau de saber? A pessoa que passou no método de avaliação “vestibular” das Escolas Públicas ou das Escolas Privadas consideradas de nível elevado podem-se auto-afirmarem como sendo as mais inteligentes e capacitadas? Em minha opinião não.
Acho este método totalmente fracassado e ultrapassado.
Eu gostaria de sabatinar após 1 ano de curso nas Faculdades os ex-vestibulandos e perguntá-los sobre matérias de química, física, língua portuguesa e geografia para saber se sabem realmente.
Tive esta experiência na ex-empresa que trabalhei. Um jovem trainee da USP fora perguntado sobre o que era um Dígrafo, Elipse e uma Metonímia e ele simplesmente respondeu:
- Ah, não sei! Na época do vestibular eu sabia!
Infelizmente as Empresas e Corporações creditam que ao contratarem funcionários da Universidade X ou Y estão contratando os mais sábios, pois, foram capazes de passar no vestibular da suposta instituição.
Pois bem, vamos voltar a fase da maternidade.
O que esta educadora e as demais debatedoras presentes no programa ressaltaram foram que a escola maternal e o ensino doméstico devem ensinar as crianças a voarem em seus pensamentos, despertando a criatividade por meio da curiosidade e questionamentos, permitindo-os vários significados e não robotizarem-nas apontando objetos e repetindo até memorizarem.
O fato é que os professores são mau formados e ainda a sociedade elimina a alma da criança já a preparando para ser um adulto para o mercado de trabalho. Observem pais que colocam as crianças nos Idiomas para garantirem um bom emprego futuramente.
O valor do lugar chamado “escola” e da palavra “criança” está desaparecendo.
Lembro-me exatamente dos meus professores do primário. Maria Lúcia, Egne, Salete, Carlos Verdasca, Etiene, Gino, Suzana e claro da brava Diretora Mineko.
Grande parte da minha formação educacional e pessoal eu credito a esta Escola Estadual. Ali fui ensinado e despertado como uma águia para as Artes, Poesia, Esporte, Literatura, Música e Danças.
Foi nesta escola que eu conheci o folclore e a cultura rica do meu Brasil.
Cantávamos todos os dias antes de entrar para a sala de aula o hino nacional brasileiro e cantigas de roda.
Comemorávamos todas as datas festivas e históricas saindo às ruas, interpretando em mini teatros e também por meio de danças.
Também foi nesta escola simples e sem muitos recursos que me apaixonei pela primeira vez por uma menina aos 7 anos de idade e aos 9 anos pela professora.
No dia dos professores presenteávamos aos mestres e chorávamos homenageando-os porque eles nos ensinavam com amor e dedicação, e sou grato, por tudo que fizeram por mim.
Hoje sei que aqueles mestres eram bem capacitados e fora da regra normal de educação, além de ensinarem com amor pela profissão, pelas crianças e pela pátria.
Enfim, o que falta é um sistema unificado de ensino para deixarem as crianças voarem, a terem contatos com os livros desde seu primeiro ano de idade, a viajarem nas imagens e sons, a pintarem sem razão, a pularem de emoção e o principal, de viverem e aprenderem como águias ao vôo do amor. Só assim formaremos crianças em uma sociedade mais equilibrada e criativa independente da camada social.

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